A reforma da Previdência, apesar de todo o ti ti ti, chegou, o mega leilão do pré-sal não rendeu o esperado, mas enfim saiu, há privatizações em andamento, mesmo que a passos lentos, a inflação baixou, os juros oficiais nunca estiveram tão reduzidos.

Há até um ou outro tímido indício de recuperação econômica – pequena, sim, mas melhor do que zero. Mas a pergunta que não quer calar é: cadê a avalanche de investimentos estrangeiros a qual proclamava o ministro Paulo Guedes, que iria inundar o país de dólares?

Pelo jeito, como disse o jogador Garrincha (in memoriam) faltou combinar com os russos. No caso aqui, com investidores do Exterior, pois, ao contrário do que o governo imaginava, de janeiro até novembro o que houve foi apenas um desinvestimento: quase US$ 50 bilhões deixaram o Brasil. Parte pela situação internacional – como para o cidadão americano de classe média baixa que aplica suas economias em fundos. Bolívia, Venezuela, Argentina, Chile, Brasil é tudo mais ou menos a mesma coisa, somos todos latinos. Sem falar das crises nos países vizinhos que levam muitos investidores estrangeiros a desconfiar do Brasil. Fora isso, é mais fácil e seguro colocar seu rico dinheirinho nos Estados Unidos, onde a economia está sempre na crescente.

No entanto, parte disso é culpa brasileira, é culpa nossa: essa coisa bolsonariana de crise permanente não anima os investidores, e eventos como: crescimento das áreas derrubadas e incendiadas na Amazônia faz surgir temores de represálias que podem prejudicar o agronegócio e a mineração, que são pontos fortes do Brasil. O investidor tem outras oportunidades. Entre suas características, ele adora a tranquilidade. E como achá-la por aqui? A literatura econômica ensinou ao ministro Paulo Guedes que, preparado o terreno para recebê-los, os investimentos seriam fluentes. E Guedes caiu como um patinho. Acreditou no “conto de fadas”!

ESCONDENDO O LEITE

Na briga com os fatos, o Governo ocultou uma boa notícia: com a redução das despesas públicas e o aumento da arrecadação, os recursos orçamentários que tinham sido bloqueados foram liberados. Ou seja, na gestão econômica, sem envolvimentos políticos, o Governo vai bem. Mas quem presta atenção em notícias como essa, quando Bolsonaro e antigos aliados trocam insultos? Mas o que era médio pode diminuir. Bolsonaro agora tem seu próprio partido, e vai fazer de tudo para emplacar… Ah! O número do partido? 38 – um bom calibre…

MINISTRO OU MINISTRONE?

O texto que se segue transcreve, sem modificações, um debate do ministro da Educação, Abraham Weintraub, pelo Twitter, com gente que o criticou. Sua Excelência lembrava favoravelmente a Monarquia, e um crítico disse: “Se voltarmos à Monarquia, certamente você será nomeado bobo da corte!”. Weintraub: “Uma pena, prefiro cuidar dos estábulos, ficaria mais perto da égua sarnenta e desdentada da sua mãe”. Em seguida, outra pessoa reagiu: “Andando na rua encontrei seu bom senso. Ele mandou lembranças e disse que está com saudades!” Weintraub: “Que bom, agora continue procurando pelo seu pai…”. Bem educado esse ministro, não acham? Mais surpreendente do que ser ministro é cuidar da Educação.

IMPORTANTE É A ECONOMIA…

Espere-se que as brigas partidárias e grosserias públicas não atrapalhem o que é importante: como dizia o principal assessor de Bill Clinton na disputa pela Presidência americana, “é a economia, estúpido”. Afinal, se a economia der certo, o balanço do Governo será positivo. O Ministério da Economia promete enviar ao Congresso um vasto programa de reforma tributária, que deve simplificar o ultra e complexo sistema nacional de impostos.

PELO SIM OU PELO NÃO…

Não se impressione com a campanha que pede o impeachment de Toffoli e Gilmar Mendes. Não é impossível que dê certo, mas é improvável. O STF segurou o processo contra o filho de Bolsonaro e libertou Lula. A campanha pela prisão após condenação em segunda

instância também é complicada. Vejam pela demora dos votos de apenas dois ministros. Os parlamentares sabem que podem vir a ser vítimas mais à frente. Iriam piorar a própria situação?