O século é XXI. O ano é 2020. O mês é junho. Teorias da conspiração espocam nos quatro cantos do mundo moderno. Um vírus supostamente surgido num grande centro urbano oriental chinês, fez com que o mundo parasse de forma inimaginável para este século.
Algo somente visto em obras de ficção. Uma pandemia tomou conta do globo terrestre e ninguém que tenha menos de 80 anos, possui qualquer lembrança de uma situação assim. Algumas pessoas mais exaltadas culpam a China em decorrência do hábito de consumo de carnes de animais exóticos e “diferentes”, o que justificaria a contaminação e a disseminação. Outras, denominadas conspiracionistas, alegam que a China é responsável pela criação in vitro deste vírus mortal cujo objetivo único seria apenas de estudos.
Os mais exaltados alegam que o COVID-19 seria uma “quimera” criada pelos EUA em seus laboratórios. Um híbrido de 2 ou mais vírus diferentes, altamente patogênico, de fácil propagação, que não possui medidas terapêuticas ou profiláticas conhecidas, cujo objetivo seria de tornar-se uma arma biológica. E esses últimos teóricos da conspiração alegam, ainda, que o elevado risco individual e para a comunidade após as descobertas da potencialidade e letalidade do novo vírus, levaram seus estudos a serem proibidos nos EUA. Mas a proibição num País, não significa proibição noutro.
Uma oferta polpuda de contribuição financeira foi lançada para a continuidade dos estudos, alegam os conspiracionistas mais afoitos, e a China aceitou dar continuidade para saber o resultado final desta fábula macabra. Algo deu errado nos protocolos do laboratório de biossegurança e o vírus… escapou, se tornou externo. Em pouco mais de 6 meses dos primeiros casos conhecidos de contagio, o mundo contabiliza mais de 9 milhões de pessoas infectadas e uma cifra acima de 475.000 óbitos.
Estudos informam que o número de contaminados mundialmente é muito maior do que o publicado, ante o despreparo e o desconhecido. Curiosamente a China tem 1 bilhão e 300 milhões de habitantes, contabilizando pouco mais de 83 mil infectados/contaminados e pouco mais de 4.600 mortes. EUA tem 330 milhões de habitantes, contabilizando mais de 2.400.000 infectados/contaminados e mais de 123.000 mortes e o Brasil tem 220 milhões de habitantes, contabilizando mais de 1.150.000 infectados/contaminados e mais de 52.000 mortes. Números dispares, estranhos e de difícil compreensão se comparados as dimensões continentais e densidade demográfica dos 3 países citados.
Enquanto a pandemia avança a passos largos rumo a números estratosféricos, outras doenças não deixaram de existir, outros óbitos não deixaram de ocorrer. Mas a velocidade silenciosa da propagação da COVID-19 é assustadora, principalmente nos grandes centros urbanos, bem como nos lugares onde a infraestrutura sanitária é deficiente. Não existem testes suficientes para todos e o sucesso (vida) ou fracasso (morte) de um tratamento depende, em alguns casos, do poder econômico e noutros da dedicação de profissionais da área médica honrando o juramento de Hipócrates.
Não existe medicação cientificamente eficaz, um teste aqui outro acolá delimitam um ou outro medicamento que poderá trazer benefícios ao ser humano concedendo-lhe dignidade e direito. Governos tentando frear o caos determinam confinamento, supressão, contenção, distanciamento social, medidas de higiene e o uso obrigatório de máscaras. Mas a população desconfiada rompe o elo da amizade e confiança instalando a dúvida para toda e qualquer medida determinada por seus governantes.
A pandemia gera desaceleração econômica, desemprego, quebras financeiras, agravamento de outras doenças, caos social e fome. Paranoias, medos, inseguranças, conspirações e desconfianças a parte, alguns personagens que fazem parte desta história, diante do quadro instalado, extravasam eu seus atos e atitudes, se valendo de suas posições, expondo mazelas humanas inerentes as pessoas de mau caráter: hipocrisia, soberba, ganância, egoísmo, prepotência e arrogância.
Os efeitos imediatos da pandemia são sentidos nos 4 cantos do mundo (mas o mundo não é redondo?) e, segundo os estudiosos os efeitos serão sentidos por longos 2 anos, mesmo que uma vacina “surja” imediatamente. O estrago já está feito. Diante da saga de precauções legais, habitualmente associadas a exposição de ideias, informo que este ensaio textual é uma obra de ficção, ainda que alguns dados sejam os oficialmente informados. Qualquer semelhança com nomes, pessoas, locais, fatos ou situações da vida real terá sido mera coincidência.