ESTÂNCIA DA POESIA GAÚCHA

Jornal O Povo SC

Homenagem do Jornal O Povo a todos os gaúchos e gaúchas residentes no estado de Santa Catarina, no mês que se comemora o Dia do Gaúcho – 20 de setembro.

A Estância da Poesia Gaúcha, tradicional entidade da cultura rio-grandense, foi fundada no dia 30 de junho de 1957, graças a um grupo de poetas e prosadores dedicados à exaltação da terra e da gente gaúcha. Sob a magia da legenda do Rio Grande do Sul, com suas místicas e mitos consagrados, reuniram-se uma plêiade de intelectuais, irmanados pela força telúrica que emana como que interiormente do seio dessa terra dadivosa, para criar a “Estância da Poesia Gaúcha”, que ficou conhecida como a “Academia Xucra do Rio Grande”.

O nome, “crioula” obedece à pureza etimológica, que significa “cria da terra”, fruto do chão nativo, produto da terra. Admirável é o acervo de trabalhos e obras que enriquecem a antologia gauchesca em sua ampla diversificação. Marcante é a presença da Estância da Poesia Gaúcha no mundo intelectual contemporâneo. Muitos de seus integrantes figuram também na Academia Rio-grandense de Letras, Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Sul, entre outras academias e agremiações afins.

A temática predominante da EPC refere-se ao folclore, ao nativismo, ao regionalismo e à tradição da terra pampiana, a par de abordagens sobre fatos da história do RS. Em paralelo com tais manifestações da cultura gauchesca em suas múltiplas facetas, vale acentuar a participação de confrades da “Estância” em inúmeros festivais da música nativa, com letras e músicas que se esparramam pelos quatro ventos do estado sulino (e além dele), atingindo paragens até de outros países. Em vários segmentos da sociedade aparecem trabalhos dos membros da EPC no rádio, na TV, na imprensa escrita e na bibliografia tão vasta de nossos dias, inclusive na internet.

Na consideração de um dos sócios-fundadores, Félix Contreiras Rodrigues (O Piá do Sul – Bagé – 1884/1960) pode-se dizer que: “o Rio Grande Genuíno só poderá sobreviver à soga das Tradições”. Ou, ainda podemos dizer, como Alcides Maya (São Gabriel – 1877/1944): “Somos um povo em que não há um só palmo de terra sem história”.

Juventude gaúcha participa integralmente

A música do Rio Grande

A partir de 1970, pode ser observado um renascimento nas artes gaúchas, principalmente no plano musical. Naquela década, os festivais de música regional, a partir do “Califórnia da Canção Nativa”, viabilizaram-se a criação e a montagem de trabalhos sobre a temática gaúcha. Houve uma redescoberta de motivos, ritmos e uma verdadeira revisão do temário regional. Na década de 1980, ou a partir dela, os veículos de comunicação de massa, reconhecendo a força desse fenômeno cultural, passaram a dar a devida cobertura aos eventos culturais nativistas. Com isso, a arte sulina, com temas campesinos, com ritmos gauchescos, assim como com o vestuário do gaúcho, passou a ter uma vivência mais ampla, mais forte e reconhecida. Com isso também, notava-se um movimento jovem à procura de novas motivações.

As mulheres também honram a tradição

Nessa procura, em lugar de seguir normas norte-americanas, como em anos anteriores, nossa juventude começava a voltar-se para suas próprias raízes. Apesar de ser uma época em que a invasão da cultura proveniente dos Estados Unidos era intensa, onde o modernismo matava grande parte de nossos usos e costumes sulinos, os jovens encontram na cultura gauchesca uma motivação para suprir os seus anseios.

PS: Esta edição é dedicada à juventude sulista que não se envergonha de suas tradições, pelo contrário, faz questão de participar…