A política é uma caixinha de surpresas. Desperta paixões, ódios, discussões, debates acalorados e até mesmo anda a passos largos pelo campo da desconstrução de reputações pessoais e profissionais.
Algumas pessoas nasceram com a política no sangue advinda de trajetórias familiares e outras a adquirem com a convivência ou com o exercício de funções em alguma das esferas do legislativo ou do executivo no âmbito municipal, estadual ou federal. Mas o que mais espanta nos últimos tempos é, que com o advento do período eleitoral do próximo ano, surgem do nada uma leva de interessados nas causas e problemas alheios, são a terceira via, os benevolentes.
Pessoas que despertaram um súbito interesse em ajudar, com interesses escusos ou não, o próximo. Surgem dos mais remotos confins anunciando soluções milagrosas para assuntos que até então pouco ou quase nada importavam. Os mais incautos, os mais simples, sucumbem a muitas dessas lorotas, acreditando que passaram de ignorados e esquecidos para personagens principais diante da importância e do status que adquirem da noite para o dia. São centenas de “reportagens”, filmagens, fotos e entrevistas abordando os mais diversos assuntos em ruas, bairros, comunidades, cidades e região.
Contudo, muitos destes aventureiros esquecem-se que a reputação se constrói ação por ação num período infindável de horas, dias, meses e anos. Além disso é mais do que necessário, além da qualidade de uma reputação ilibada, que os pretensos interessados em assentar uma cadeira junto ao legislativo possuam no mínimo algumas outras prerrogativas importantes para se habilitarem tais como ser ético, ter escolaridade, ter caráter, ter coragem, ser administrador, inovador e estrategista. O futuro é a ação do seu presente resguardado o seu passado. O respeito pelo ser humano e seus problemas merecem muito mais consideração do que um mesquinho interesse particular e a dúvida que resta é quantos irão preservar essa vontade, mesmo não obtendo o êxito almejado, após o pleito eleitoral do ano que vem.
